Teólogo analisa passagem em que Jesus disse que cristãos fariam “obras maiores”
por Jussara Teixeira
Em mais um estudo da série “Ditos Difíceis de Jesus”,
o reverendo Augustus Nicodemus, doutor em teologia, analisou o
versículo 12 do evangelho de João capítulo 14. A passagem fala sobre a
promessa feita por Jesus aos cristãos de que poderiam fazer obras como
fez Jesus.
“Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim fará
também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para
junto do Pai”
Segundo Nicodemus, a frase é controversa pois muitos a interpretam
como para defender modernas manifestações de milagres iguais ou maiores
dos que as efetuadas pelo próprio Jesus Cristo.
Nessa interpretação, os que nela acreditam defendem que curas, visões
e revelações acontecem hoje em determinadas igrejas, assim como
aconteceram nos dias de Jesus e dos apóstolos. Muitos dos adeptos dessa
interpretação acreditam que as igrejas que não realizam tais “obras”
seriam “frias e sem a fé viva em Deus”.
O líder religioso ponderou que nunca os apóstolos, que seguiam Jesus
de perto, suplantaram os milagres feitos pelo Mestre. Além disso, não há
registros de ocorrências de feitos miraculosos após o período
apostólico.
Nicodemus ainda cita uma outra interpretação em que as obras citadas
na frase seriam o conjunto da obra de salvação dos pecadores. Para ele, o
termo obras não se referiam somente aos milagres de Jesus, mas “a toda
atividade terrena realizada com o fim de salvar pecadores: palavras,
atitudes e, sem dúvida, milagres”.
Analisando o trecho da citação “porque eu vou para junto do Pai”, o
estudioso afirma que o retorno à presença de Deus Pai significava a
expansão do Reino por meio do trabalho dos discípulos de Jerusalém até
os confins da Terra.
Assim, as “obras maiores” seriam a pregação da Palavra pelo mundo,
aumentando a área de atuação e influência de Jesus enquanto encarnado.
O teólogo destaca que tal interpretação não significa dizer que
milagres não acontecem nos dias de hoje. Mas sim que ele ocorrem como
“parte da obra de expansão do Reino, que é a obra maior realizada pela
Igreja”, conclui.
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