O líder religioso propõe usar autoridades islâmicas que tenha influencia junto aos extremistas para clamar pela paz no país
por Leiliane Roberta Lopes
O presidente nacional da Associação Cristã da Nigéria (CAN, sigla em
inglês), pastor Ayo Oritsejafor, participou de uma entrevista coletiva
na semana passada para falar sobre os constantes ataques que o grupo de
extremistas islâmicos, Boko Haram, tem feito em seu país.
Para o líder cristão não poderá haver diálogo com os terroristas
enquanto inocentes continuarem morrendo. “Antes que possamos falar em
diálogo, tem de haver regras. Pessoas estão morrendo todos os dias, como
resultado dos ataques do Boko Haram; mas o governo federal está optando
por diálogo somente, isso é muito intrigante para mim”.
A entrevista aconteceu em Akure, capital do Estado de Ondo, ali o
presidente da CAN pode mostrar suas opiniões a respeito dos conflitos
religiosos instalados no país. Oritsejafor afirma que o Boko Haram nunca
escondeu que suas intenções eram acabar com o cristianismo na Nigéria,
tanto que eles chegaram a intimar o presidente cristão Goodluck Jonathan
para que ele se tornasse muçulmano caso contrário teria que renunciar
ao cargo.
“O grupo se baseia em um fundamentalismo religioso que não condiz com
a Constituição da Nigéria. A questão não é que alguns são contra o
diálogo, mas sim, se houver diálogo com os insurgentes, Boko Haram deve
primeiro suspender suas ações de violência”, diz o pastor.
A proposta dele é convencer líderes muçulmanos que tenham influência
junto aos membros do Boko Haram. “A situação poderia ser amenizada se
líderes relevantes ligassem para os xeques e imames respeitados pelos
membros do Boko Haram e lhes pedisse para falar aos extremistas sobre a
importância da paz e do progresso da nação”, argumentou.
Nigéria: país islâmico de maioria cristã
Em seu discurso o pastor Ayo Oritsejafor também criticou o ministro
de Estado das Relações Exteriores, Mohammed Nurudeen, que categorizou a
Nigéria como uma nação islâmica, de maioria cristã.
Sua crítica está baseada na falta de um censo que possa afirmar de
fato a quantidade de pessoas declaradamente cristãs ou muçulmanas, por
esse motivo a fala do ministro não está correta. O presidente da CAN
pede que Nurudeen se explique para a população, mostrando as fontes que o
fizeram afirmar tal dado.
No dia 22 de agosto governadores de 19 estados no Norte da Nigéria
instalaram uma Comissão de Reconciliação, Paz e Segurança, em Abuja,
para tentar criar um diálogo com os grupo identificados e assim tentar
impedir novos ataques a cristãos.
Com informações Portas Abertas
Nenhum comentário:
Postar um comentário