Um dos homens mais ricos do mundo diz que o segredo do seu sucesso é a fé
por
Jarbas Aragão
As lojas Hobby Lobby são parte de uma cadeia de varejo que soma 500
lojas de artesanato e artes em 41 estados norte-amercianos. Seu
diferencial é que são liderados por uma família cristã. Fundada em uma
garagem na cidade de Oklahoma, em 1972, a família Green só começou a
Hobby Lobby depois de conseguir um empréstimo para abrir a sua primeira
loja.
Green disse que sentia como um estranho ao entrar em varejo, pois
seus pais eram pastores e ele cresceu achando que seria um também. No
entanto, ele acredita que encontrou uma maneira de exercer seu
ministério por meio de sua empresa.
“A Hobby Lobby sempre foi uma ferramenta para o trabalho do Senhor.
Para mim e minha família, contribuir é igual a ministério, que é igual
ao Evangelho de Jesus Cristo”, disse o CEO e fundador da empresa, David
Green. “Nós sabemos que temos sido abençoados pela graça de Deus e
acredito que é porque nós escolhemos viver nossas vidas e para operar
nossos negócios de acordo com a Sua Palavra e nós somos muito gratos por
isso”.
Na verdade, David Green insiste que Deus é o verdadeiro dono dos
bilhões de dólares que a família possui. Atuando como um bom discípulo,
Green se tornou o maior benfeitor evangélico do mundo, com planos de
fazer doações sem precedentes quando seu testamento for aberto.
Perguntado pela revista Forbes sobre os segredos para o crescimento
de sua empresa, o empresário de 70 anos de idade, evita qualquer crédito
pessoal. Ele também não elogia seus executivos ou seus mais de 22.000
empregados, nem mesmo seus clientes, que vão consumir mais de US$ 3
bilhões em produtos de artesanato somente este ano. “Se você tem alguma
coisa ou se eu tenho alguma coisa, é porque nos foi dada por nosso
Criador”, diz Green.
“Então, desde o início eu aprendi a dizer: ‘Olha, isso é seu, Deus. É todo seu. Eu vou dar a você”.
Ele deve saber do que está falando, afinal está em 79 º lugar na
nossa lista dos 400 americanos mais ricos, com um patrimônio pessoal
estimado de US$ 4,5 bilhões. Mas o que poucos sabem é que ele atualmente
é o maior doador individual para causas evangélicas dos Estados Unidos e
provavelmente um dos 3 maiores do mundo.
“Só sei que Deus é o dono”, explica Green. ”Como faço para separar as
coisas? Bem, é de Deus na igreja e é meu aqui? Eu tenho um propósito na
igreja, mas eu não tenho um propósito aqui? Você não pode ter um
sistema de crença no domingo e não vivê-lo durante os outros seis dias
da semana.”, ensina.
Há muito poucos membros entre o ranking dos 400 da Forbes que falam
sobre religião e trabalho. Green explica que seu “império” é uma grande
organização missionária, o equivalente ao maior bazar de igreja do
mundo. A cadeia Hobby Lobby investe quase metade do total de seus lucros
em uma longa lista de ministérios evangélicos. Embora não divulgue o
montante doado, a Forbes estima que ao longo de sua vida ele já doou
mais de 500 milhões de dólares.
A riqueza da família Green sustenta dezenas de igrejas e
universidades cristãs. Tudo começou em 1999, quando ele comprou o
edifício de um antigo hospital na cidade de Little Rock, Arkansas, por
US$ 600.000, reformou e doou para uma igreja. Desde então, comprou mais
de 50 propriedades a um custo estimado de 300 milhões de dólares. Mas
não é qualquer ministério que ele ajuda.
Ele contata constantemente a igreja ou projeto cristão que lhe
procura, e só preenche os cheques após uma cuidadosa verificação
doutrinária, que inclui perguntas sobre o nascimento virginal de
Cristo. Até mesmo o conhecido pastor Rick Warren precisou passar pelo
crivo pessoal de Green antes de receber uma propriedade de 170 hectares
em agosto passado, que a igreja Saddleback usará como local de retiros.
A influência de Green, no entanto, é mais sentida nos investimentos
nas universidades cristãs em todo o país que vem sofrendo com a crise
financeira e teológica que os Estados Unidos atravessam nos últimos
anos. A oferta mais vultuosa foi de US$ 70 milhões em 2007 para a Oral
Robert, considerada por ele uma “universidade saudável.”
Traduzido da Forbes