Período marca período de avaliação da vida e arrependimento
por
Jarbas Aragão
A celebração do Ano Novo Judaico, o Rosh Ha Shaná (“Cabeça do Ano”,
em Hebraico), tem início ao pôr do sol deste domingo, 16 de setembro.
Comemorada em todo o mundo, a celebração dura dez dias, e culmina com o
dia do Perdão, o Yom Kippur, quando os judeus praticantes fazem jejum de
25 horas, acompanhado de orações nas sinagogas.
Enquanto o mundo segue o calendário cristão e está 2012 depois de
Cristo, ao surgir a lua no céu desta noite os judeus comemoram o início
do ano 5773 do seu calendário. Segundo a tradição, ele teria se iniciado
no dia da criação do homem e do mundo.
Leonardo Alanati, rabino da Congregação Israelita Mineira, ensina que
o Ano Novo Judaico difere do tradicional reveillon dos brasileiros. “Na
noite do Rosh HaShaná, os judeus vão à sinagoga orar e ouvir o toque do
shofar, uma espécie de berrante feita com chifre de carneiro. Depois
das orações, as famílias se reúnem para jantar, trocam presente, flores e
consomem alimentos simbólicos. Apesar de o significado ser totalmente
diferente, o espírito se assemelharia mais ao do Natal em outras
culturas”, explica.
O rabino Leonardo enfatiza: “O Ano Novo Judaico passa uma dupla
mensagem. De um lado, felicidade, paz e saúde. De outro, representa uma
reavaliação de cada um e uma oportunidade para pedir perdão e iniciar um
novo ciclo”.
O Shaná Tová, saudação que significa “um bom ano” marca esse período
do ano especial para os judeus, orações são mais longas e são feitos 100
toques do shofar. Os dez dias entre “RoshHaShaná” e o “Yom Kipur”, são
chamados de “Iamim Noraim” (dias temíveis). Nesse período, os israelitas
continuam a fazer o balanço dos atos passados e comprometem-se com a
mudança e o arrependimento, explica Marcus Strozberg, presidente da
Sociedade Israelita do Estado do Ceará.
Marcus enfatiza que o calendário judaico é lunar, por isso a data é
comemorada em dias diferentes todos os anos, mas sempre na mesma época.
Segundo a tradição judaica, Adão e Eva foram criados no primeiro dia do
mês de “Tishrei”, que foi o sexto dia da Criação.
No calendário judaico existem doze meses no ano, e há doze Tribos em
Israel. Cada mês do ano judaico tem sua tribo representativa. O mês de
Tishrei é o mês da Tribo de Dã. Isto tem um significado simbólico, pois
quando Dã nasceu, sua mãe Lea disse: “Deus julgou-me e também atendeu à
minha voz.” Dan e Din (Yom HaDin, Dia do Julgamento) são ambos derivados
da mesma raiz, simbolizando que Tishrei é a época do Julgamento Divino e
do perdão.
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