McAlister alerta a Igreja que o que realmente importa é estudar as Escrituras e fazer a diferença na Terra.
por Leiliane Roberta Lopes
Em um texto bastante elogiado pelos leitores,
o bispo Walter McAlister fala sobre o papel da igreja diante do caos
instaurado no mundo e faz um apanhado geral sobre grandes problemas
sociais, políticos e econômicos que o mundo enfrenta.
Porém ele descarta as diversas teorias sobre conspirações contra a
humanidade e até mesmo sobre as histórias a respeito dos Illuminati.
“Histórias dessa linha, as que falam de conspirações, cartéis,
Illuminati, barões em castelos tramando contra a humanidade… são obras
de ficção. Bobagem! O mundo está um caos, isso sim. Está tudo uma grande
bagunça”, escreve.
O líder da Igreja Cristã Nova Vida não descarta a ação do diabo, mas
não acredita em grandes organizações poderosas que comandam as doenças e
tudo de ruim que acontece no mundo.
“Claro que existe um diabo que quer matar e destruir, mas isso não
acontece em larga escala. No máximo ele quer que eu traia a minha esposa
ou que eu perca os meus filhos para uma vida de pecado. O resto foi
inventado para servir de roteiro em Hollywood. Sim, podemos pensar tudo
isso”.
O objetivo do texto não é falar contra essas teorias, mas para falar
sobre o comportamento da Igreja que como ele cita está “enamorada pelo
mundo”. A Bíblia
diz que os dias são maus e os cristãos não podem se entreter com as
coisas boas que esse mundo oferece, esquecendo de buscar a Deus.
“Os dias são maus? Você realmente acredita nisto? Ah, meu caro, minha
cara, como são! Não estamos em festa. A realidade é outra. Os bárbaros
põem a mesa com sangue humano. Devoram os fracos. Agregam poder. E a
Igreja? Embriagada pelo “vinho” desta geração, anda dissoluta, perdida, e
sua fé é inoperante e infrutífera. Os anjos choram. As trevas avançam.
Quem levantará os olhos para o único que pode nos salvar? Quantos vão
parar e começar a pensar, orar e estudar as Escrituras? Quem se habilita
a ser luz entre as trevas?”.
Leia o texto na íntegra:
“Todos nós sabemos que desde os tempos antigos existiram
imperadores, muitos dos quais foram homens tomados de uma ambição
desumana que extrapolou toda e qualquer sensibilidade ou compaixão.
Vivendo e sendo guiados pela ânsia nua e crua de poder, esmagaram os
povos que se opuseram a eles: Alexandre, o Grande; os Césares; Gengis
Khan; Napoleão. E até aqueles que, sem ser imperadores, agiram como tal,
a exemplo de Adolf Hitler. Esses estadistas ceifaram a vida de
multidões como grama para alcançar seus objetivos de poder, em grande
parte insanos. A gana por ter nas suas mãos o destino dos povos
assegurou a muitos deles um lugar de infâmia na História do mundo.
Ambição é uma constante humana. Em todos os tempos, e em todos os
níveis, houve quem quisesse agregar para si poder sobre os outros. Esse
poder confere a quem o detém quase que o status de semideus, pois
projeta o sentimento do ambicioso para além da condição de mero mortal.
Mas o tempo de ditadores já passou, claro. Vivemos num planeta
mais civilizado. Bem… será? Será que não sobrou quem queira dominar o
mundo? Será que esse impulso satânico deixou de existir? Afinal, será
que todos já aprenderam que querer domínio global é uma ambição fadada
ao fracasso e à destruição? Claro que homens da laia de Hitler são coisa
do passado! Claro que não existem mais figuras como essas! Na
realidade, infelizmente não é bem assim. Sabemos que há líderes tribais
na África que sequestram crianças, forçando-as a se tornarem assassinas –
até da sua própria família. De metralhadoras nas mãos, e com apenas 11
ou 12 anos de idade, são transformadas em monstros. Liderando essas
milícias há homens desprovidos de qualquer noção de humanidade. Não só
na África, mas entre as FARC e, por que não dizer, nas favelas dos
centros urbanos da nossa própria nação.
Sabemos mais: há companhias que produzem alimentos que
sabidamente contêm elementos cancerígenos. Coincidentemente (ou não?),
são as mesmas companhias que fabricam os medicamentos que tratam os
cânceres que esses aditivos provocam. “Mas isso é loucura!”, poderíamos
pensar. “É fruto de um devaneio doentio. Imagine se alguém seria tão
cruel e desumano ao ponto de causar doenças só para aumentar a sua
fortuna pessoal. Não! Pessoas assim não existem”.
Histórias dessa linha, as que falam de conspirações, cartéis,
Illuminati, barões em castelos tramando contra a humanidade… são obras
de ficção. Bobagem! O mundo está um caos, isso sim. Está tudo uma grande
bagunça. Claro que existe um diabo que quer matar e destruir, mas isso
não acontece em larga escala. No máximo ele quer que eu traia a minha
esposa ou que eu perca os meus filhos para uma vida de pecado. O resto
foi inventado para servir de roteiro em Hollywood. Sim, podemos pensar
tudo isso.
Todavia, revoluções criadas pelo mercado do petróleo,
experiências com novos remédios em vilarejos inteiros na África, cartéis
de tráfico de diamantes que escravizam populações, crédito bancário que
mantém os trabalhadores deste mundo num estado perpétuo de escravidão,
seres humanos mantidos em regime escravo, tráfico de drogas, safras
transgênicas, conspirações de revolução social mundial… essas coisas
existem. Por trás de cada uma delas há pessoas que tomam decisões. Que
têm noção do que estão fazendo. Há gananciosos que não enxergam o custo
em vidas humanas como algo que importa. O seu interesse é tão cruel como
o de um Hitler ou um Gengis Khan. Não usam espadas para esquartejar as
suas vítimas. Usam computadores. Números. Marqueteiros e fundações. Mas
seus métodos são tão cruéis como. Só que os tais não aparecem. Pois
temos sido doutrinados a aceitar tudo isso como absolutamente “normal”.
Assisti ao filme Super Size Me – A dieta do palhaço, sobre um
homem que decidiu viver por trinta dias alimentando-se apenas de fast
food. De manhã, à tarde e à noite, ele consumiu apenas os hambúrgueres,
as batatas fritas e os refrigerantes de uma conhecida cadeia
internacional de lanchonetes. O filme mostra que ele quase morreu.
Provou que fast food é veneno. Só que, em vez de causar uma debandada
geral deste hábito tão “normal”, o filme virou cult – algo para ser
visto por excêntricos que acreditam nessas “bobagens” de conspiração.
Afinal, ninguém nos prejudicaria e, certamente, o governo não permitiria
que nos fizessem mal assim, não é? O pior que os nossos governantes
fazem é roubar um pouco do nosso dinheiro. Jamais nos fariam mal. Será?
Porque… e se for verdade? Que sentido tem a vida? O que estamos
fazendo aqui? Qual é o papel da Igreja face a todo esse mal sistêmico?
Vamos mudar o mundo? Empunhar cartazes? Defender uma alimentação
macrobiótica? Deixar de consumir comida industrializada? Mudar para o
campo e sobreviver comendo broto de feijão e tecendo a nossa própria
roupa?
Certamente o caminho não é esse. Mas a verdade é que a Igreja
vive enamorada pelo mundo. Curtimos ver dois brutamontes entrarem numa
jaula (no eufemismo, o “octógono”) e se surrarem até que um caia
ensanguentado e semiconsciente. “É esporte”, defendem os adeptos.
Consumimos a crédito hipotecando nossos futuros e fazendo com que nossa
força vital seja sugada por bancos. Escravos do sistema, nos fazemos
amigos do mundo. O próprio “evangelho” tem se oferecido a serviço deste
mundo. Com promessas de prosperidade e alegria, vivemos numa “festa da
virada”. Afinal, Deus nos fez cabeça e não cauda. Vamos às compras.
Vamos ao shopping. Vamos fazer um evangelismozinho de vez em quando,
porque, afinal, “Jesus merece”. Mas não sejamos radicais. Pega leve.
Deus nos criou para gozar das coisas boas da vida.
E, como a grama, nossa saúde, nosso futuro, nossa mente, tudo é
ceifado pelos que lucram às custas do mar da humanidade. Pior: há quem
esteja servindo este mundo em nome de Deus. Sim, pois há os que, para
saciar sua ânsia por poder, satisfazem os anseios do povo e oferecem a
versão “gospel” de tudo o que o mundo já oferece na sua versão “ímpia”.
Só que não importa o nome que damos a um copo de água poluída, aquilo
continua a ser nocivo. Não importa o nome que damos à indústria de
entretenimento, ainda assim consumirá nossa mente e nosso tempo.
Paulo disse: “Tenham cuidado com a maneira como vocês vivem; que
não seja como insensatos, mas como sábios, aproveitando ao máximo cada
oportunidade, porque os dias são maus. Portanto, não sejam insensatos,
mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor.” (Ef 5.15-17)
Os dias são maus? Você realmente acredita nisto? Ah, meu caro,
minha cara, como são! Não estamos em festa. A realidade é outra. Os
bárbaros põem a mesa com sangue humano. Devoram os fracos. Agregam
poder. E a Igreja? Embriagada pelo “vinho” desta geração, anda
dissoluta, perdida, e sua fé é inoperante e infrutífera. Os anjos
choram. As trevas avançam. Quem levantará os olhos para o único que pode
nos salvar? Quantos vão parar e começar a pensar, orar e estudar as
Escrituras? Quem se habilita a ser luz entre as trevas?
Na paz,
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