Documentos defenderiam que tudo começará com um ciberataque
por Jarbas Aragão
O ministro da Defesa Civil israelense, Matan
Vilnai, está deixando a pasta para se tornar embaixador em Pequim. Ele
será substituído por Avi Dichter. Mas, em sua despedida, surpreendeu o
mundo ao dizer que uma possível guerra com o Irã não duraria mais de um
mês e custaria a vida de, no máximo, 500 civis israelenses.
“Pode ser que haja menos mortes, mas poderia ser mais. Esse é o
cenário para o qual estamos nos preparando, de acordo com os melhores
especialistas”, disse ele ao jornal israelense Maariv.
Durante a entrevista, Vilnai disse que as batalhas ocorreriam em
várias frentes, com mísseis iranianos atingindo poucas cidades e
povoados de Israel. Acredita na possibilidade de ataques simultâneos
ocorrerem por parte do movimento xiita islâmico, Hezbollah e militantes
islâmicos palestinos na Faixa de Gaza.
Mesmo assim, defende que o país nunca esteve tão preparado para o
conflito, mas precisaria do apoio americano. Um possível ataque
israelense contra Irã teria como motivação impedir o país de construir
armas nucleares, embora Teerã insista que seu programa tem fins
pacíficos.
Vilnai é um general aposentado, que foi vice-chefe militar de Israel e
passou os últimos cinco anos supervisionando as atualizações de
sistemas civis de defesa do país, incluindo sirenes de alerta, abrigos
subterrâneos e um sistema público de segurança.
“Assim como os cidadãos do Japão têm de saber que os terremotos podem
ocorrer, os cidadãos de Israel tem de perceber que se vivem aqui,
precisam estar preparados para ver mísseis caindo na frente de suas
casas”, disse Vilnai. “Não é agradável, mas as decisões precisam ser
tomadas e nós temos de estar preparados.”
Embora não tenha dado detalhes sobre como ele chegou a essa
avaliação, recentemente o ministro da Defesa Ehud Barak também afirmou
que o número de mortos estaria na faixa de 500, se o conflito ocorrer.
Em uma coletiva de imprensa em Washington, o Secretário de Defesa dos
EUA, Leon Panetta reafirmou que a avaliação norte-americana é que
Israel não deve iniciar os ataques. Mas o chefe militar dos EUA, general
Martin Dempsey, acredita que uma operação israelense iria retardar, e
não destruir o projeto nuclear iraniano.
Enquanto isso, Richard Silverstein, um blogueiro americano
especializado no conflito, divulgou em seu site os supostos planos de
ataque de Israel.
Ele disse que teve acesso a um memorando interno do gabinete de
segurança de Israel, formado por oito membros. Esse documento
supostamente sugere que a operação militar começaria com um enorme
ciberataque contra a infra-estrutura do Irã, seguido por uma chuva de
mísseis lançados em suas instalações nucleares, controle de sistemas,
instalações de pesquisa e desenvolvimento, e casas de figuras
importantes no desenvolvimento nuclear.
Traduzido de Washington Post e BBC
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