Vídeo afirma que o Islã irá superar o cristianismo na Europa
por
Jarbas Aragão
O Presidente do Conselho Pontifício de Justiça e Paz, o
cardeal ganense Peter Turkson, pediu desculpas por exibir o vídeo
“Demografia muçulmana” durante o Sínodo dos Bispos. Sua exibição causou
polêmica nos meios de comunicação e muitas críticas.
O vídeo foi postado anonimamente no Youtube em 2009 e já acumula mais
de 13 milhões de visitas. Basicamente, trata-se de uma análise do
crescimento demográfico dos muçulmanos em vários países da Europa. No
final, sentencia? “em 39 anos, a França será uma república islâmica” e
“o Islã irá superar o cristianismo, a menos que os cristãos reconheçam
esta realidade demográfica, comecem novamente a ter filhos e
compartilhem o evangelho com os muçulmanos”.
O fato é que a iniciativa de Turkson causou desconforto em muitos de
seus colegas. Conforme informou o padre Thomas Rosica, durante um dos
momentos de livre discussão do evento no dia seguinte: “Quando cheguei
hoje de manhã, me perguntaram várias vezes: ‘Quem planejou aquilo? De
quem era aquilo? Quem estava por trás?’”. Depois, afirmou que o cardeal
Turkson pediu desculpas: “Nunca quis convocar os cristãos para pegarem
em armas. Sinceramente, peço desculpas. Nunca foi essa minha intenção”,
declarou.
O porta-voz do Sínodo para o espanhol, padre José María Gil Tamayo,
alegou que o vídeo “compara o índice de natalidade dos cristãos e dos
muçulmanos. Seu contexto é a baixa natalidade e como isso afeta a
família”, ressaltando que “o material é contra a cultura da
contracepção, não contra os muçulmanos”.
Por sua vez, o porta-voz do Sínodo para a língua italiana, padre
Giorgio Costantino, defendeu que o cardeal Turkson “não desejava que
fosse um documentário de cruzada contra o islã, mas sim um documentário
contra as políticas de controle de natalidade”.
Segundo Constantino, o cardeal André Armand Vingt Trois, arcebispo de
Paris, afirmou: “esta visão maniqueísta não é a nossa. Não podemos
fazer uma cruzada anti-islâmica”.
Uma das afirmações controvertidas do vídeo é a de que as mulheres
mulçumanas francesas possuem 8,1 filhos em comparação com mulheres
francesas que não são mulçumanas, que possuem 1,8 filhos. Porém, a
França não reúne estas estatísticas segundo a religião, por isso a
afirmação é impossível de ser comprovada.
Depois da polêmica relacionada ao filme, os membros da Conferência
Episcopal da Europa se comprometeram a divulgar estatísticas de um
estudo recente, que corrigem as distorções do filme.
Mesmo assim, a atitude do cardeal Turkson gerou uma série de artigos
críticos nos principais jornais italianos. O secretário-geral do Sínodo,
monsenhor Nikola Eterovic, continua enfatizando que a visão do vídeo
“não é a posição do Sínodo. O documentário foi apresentado apenas como
uma provocação para abrir uma discussão”.
Com tudo isso, um dos principais objetivos do encontro ficou em
segundo plano, justamente a discussão sobre as maneiras que os católicos
podem “reconquistar” cristãos nominais, especialmente em países em
desenvolvimento.
Traduzido de Catholic News Agency
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