"Vou abrir igreja no Brasil inteiro”, afirma pastor.
por
Jarbas Aragão
Uma jornalista da Folha de S. Paulo passou um dia acompanhando a rotina do pastor carioca Silas Malafaia, 54, e ouviu sobre sua visão expansionista.
Malafaia é um dos pastores mais conhecidos do Brasil em grande parte por estar a três décadas na TV. Com programas na Band, RedeTV! e CNT, explica que também é dublado em canais dos EUA.
O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo contou que sua
denominação hoje possui 125 igrejas e reúne 36 mil fiéis. “Nosso
crescimento é formiguinha, ‘vambora’, pá, pá, pá. Mas vamos chegar lá”,
diz ele. Mas ele tem ambições maiores.
Por ano, arrecada oficialmente R$ 50 milhões com ofertas. E o que
pretende fazer com todo esse dinheiro? “Vou abrir igreja no Brasil
inteiro…”, afirmou ele, ressaltando que planeja inaugurar mil templos
até 2020. No momento tem oito sendo construído pelo país, um
investimento de R$ 25 milhões.
Em meio aos debates da eleição municipal, por apoiar Serra e chamar
Haddad de “sa-fa-do”, ressalta que São Paulo é sua prioridade. O pastor
pretende “cair com tudo” na cidade e afirma: “Tenho pesquisado lugares.
Não posso ter igreja para menos de 4.000 pessoas lá”. A maior cidade do
Brasil, segundo ele, tem “um apelo muito grande, e eu vou chegar lá”.
Questionado sobre sua luta aberta contra os gays, ele afirma que
deseja apenas converter as pessoas. Ressaltando que a igreja é
“pronto-socorro” para quem quer deixar o estilo de vida homossexual. “O
pessoal pensa que sou um radical xiita? É tudo gay, vamos metralhar,
‘pou, pou’? Não!. Deus não fez bissexuais nem andróginos, fez macho e
fêmea. Sinto repulsa. Aquilo é uma perversão”, esclarece. Mas e se um de
seus três filhos (Silas, Talita e Taísa) fosse gay? A resposta é clara:
“Amaria 100% e discordaria da prática 100%.”
Com 30 anos de ministério diz que ainda existe preconceito contra os
evangélicos: “Tem gente que pensa que igreja é formada de
‘analfabestas’, um bando de idiotas manipulados pelo maior malandro
possível que é o pastor. Como se ninguém aqui fosse formado em nada”,
critica.
Formado em teologia (Instituto Bíblico Pentecostal) e psicologia
(universidade Gama Filho), Malafaia acredita ser o pastor que “ganha as
ofertas mais altas” para falar em conferências. “De R$ 3.000 a R$ 100
mil.” Conta que abriu mão de um salário da igreja há 25 anos e estima
que recebe R$ 70 mil mensais de seu ministério, que inclui uma editora e
uma gravadora, além de realizar cruzadas pelo Brasil inteiro.
Membro de um família tradicional de pastores da Assembleia de Deus,
filho de um ex-combatente da Marinha e de uma pedagoga, lidera a Vitória
em Cristo desde 2010. Após a morte do sogro fez uma série de mudanças
na igreja com sede no Rio de Janeiro e se desvinculou da CGADB.
Embora seja criticado em alguns segmentos evangélicos por sua postura
franca e por vezes até agressiva sobre política e seu embate contra a
causa gay, assevera: “Não tenho medo de dar minha cara a tapa, não estou
nem aí se alguém não está gostando. Não estou em concurso de beleza”.
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